quinta-feira, 24 de julho de 2014

Saga do Bunny : parte II

Antes demais, peço desculpa pela demora deste post. Mas depois de o lerem nem se vão lembrar que o publiquei tarde por isso, continuemos!
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Bem, como disse anteriormente, esta história não tinha acabado. Já fazia duas semanas e eu de vez em quando pensava no que teria sido aquilo ainda. Digamos que como não estou habituada a este tipo de coisas,sendo eu uma menina de família, não sabia bem se teria que fazer o meu papel de deprimida e renegada ou continuar a minha vida as well.
Semana académica , vocês sabem! Aquela altura em que o pessoal "solta a franga" e faz tudo o que lhe dá na gana e inconsciente. Até pode ser uma semana de merda , mas há sempre o dia religioso em que toda a gente põe os pés na festa , o dia "D" , o DIA . Como é lógico , refiro-me ao dia do Arraial da Cerveja !  Não há alma que não ponha lá os pés ,a não ser aquelas almas que estão sempre em casa e não têm por conta uma alma festeira ( e que se estão a manifestar com um " olha  a porra da moça!" neste momento , aquando de lerem isto) .
Vagueando eu por lá , avisto-o. A ele e aos supostos amigos, pensando eu . Curiosidade, sempre que o via ele estava com a mesma roupa , vai-se lá chamar coicidência ou destino né? O que é facto é que ele andava lá , mas eu como boa alma festeira nem me importei , andando lá a diambolar por entre toda aquela cerveja. Pingada que nem um pintaínho à chuva, por ter tido o atrevimento de "batizar" com cerveja o Pingu e ter levado com o troco , lá comecei a ficar um bocado para o ... perdida? Perdida seria o termo , não tivesse eu perdido mesmo o rumo em certa altura.
De vez em quando ele lá aparecia ao fundo da minha visão , mas depressa se ocultava entre a multidão! A certa altura, já eu perdida e naquele ponto do " o mundo pode cair, eu tou cá para cair com ele" heis que perco o meu Guardião ! - Sim  , ao decorrer das minhas histórias irão notar que eu estava quase sempre sendo guardada pelo meu afilhado de praxe- quando de repente me dou sozinha." Onde está ele? O que faço? Nossa, estou á deriva , soubesse lá o meu pai e deserdava-me!" pensava eu enquanto dava pequenos passos tentando avistar o meu Guardião .
Sabem aqueles momentos em que tudo se passa? Tipo, "quinze minutos e passam-se bué cenas puto !" , como diria um amigo meu . Pois, agora esses quinze minutos em que a memória é escassa ? Pois pois, só eu né? Se no momento antes andava a dar pequenos passos em direcção a um balcão, no momento asseguir dou por mim muito próxima de alguém que nem eu nem a minha curta memória sabiamos quem era. Próximos, respiração próxima e coisas a mais próximas.  " Ow, tá bué cenas a acontecer amigo, olha ai!" dizia eu a franzir a testa como que diz " tira a pata men!" . Homens adoram mãos marotas, principalmente em cima de partes muito tipicamente femininas e apreciadas. Com sorte ou por desespero de me largar daquela situação que o meu cérebro ainda não estava a assimilar, o moço ainda levou um beijito de brinde, que me valeu a libertação! Assim liberta e pronta para escapar para a realidade , heis que dois olhos desaprovadores aparecem a uns centrimetros de mim. " Oh-oh!" pensava eu ,querendo afastar aquela imagem da minha frente e assimilar que fosse uma visão de bêbada. Sim era ele. Eu ali , pingada de cerveja , com o cabelo mais horrível que podem ter memória se envolvermos cabelos com cerveja , sapatilhas imundas e um rapaz a tentar segurar-me o braço para eu não escapar e ele ali... a mirar-me com desaprovação total .
Como em todas as cenas de terror , uma imagem destas vem sempre com uma little talk que se assemelhou a algo do tipo ( aquilo que a memória me permite ir buscar) :
-  Ora boas !- disse ele desaprovando -  tou a ver que já conheceste o meu amigo  .
 Eu , como respondona que sou e sem saber o que se passava respondi - eu não fiz nada, tou totalmente inocente do que quer que seja que vá na tua mente neste momento!
 Ele ainda desconfiado e cheio de razão respondeu-  Bem...tou a ver
 Começando a ter uma ideia do que se passava ali digo -  bem, mas quê? Já queres conversar agora?-
Ao que ele responde grosseiramente - Parece-me que a tua conversa vai ser outra mas é com o meu amigo .
 Bem, depois disto fui-me embora. Mulher que é mulher não se rebaixa! Não vim eu para ali para ser humilhada por alguém que devia ter a pila aos saltos ou algo do género.  Para trás festa, para trás Bunny, para trás amigo do Bunny que tem mãos marotas. Revoltada com homens e sem querer ver aquele pedaço de sensualidade ambulante à frente subi toda a cidade, para casa.  O dia que se seguiu foi algo do género e, eu revoltada e a pensar que nunca mais aquele pokemón me punha as mãos em cima, nem que viesse ele vestido SÓ de bata !
Acabou por aqui esta história? Aw, queriam ! Meus amigos , segurem-se até chegar o próximo post !
( que sairá em breve, prometo!) 

sábado, 12 de julho de 2014

Saga do Bunny : parte I

Devem-se questionar como é que de menina sossegada virei forasteira e coração-solto-sem-lei. Pois bem, preparem lá a rabinho na cadeira.
Estão a ver aquele clique que dá nas nossas vidas de vez em quando e torna o mundo num sitio horrível? As típicas noites em que o Mundo te cai em cima e não sabes para onde te virar? Pois, era uma dessas noites. E no meio de toda aquela entropia que era a minha vida , onde o relógio marcava perto das 4 da manhã, eu conheço-o. Vamos dar-lhe um nome, vamos chamar-lhe Bunny. Bunny apareceu do nada naquela noite e foi-me apresentado por um amigo, que na tentativa de se livrar de mim nessa noite me pediu para o levar a casa . Na verdade tive mesmo que o levar, tal era o estado dele relativamente a álcool. Foi um longo caminho até casa , se não tivesse tão cansada juraria que tinha dado duas voltas à cidade para o deixar numa casa que ficava a 15 minutos do local onde nos conhecemos. Como sossegada e sempre a achar que devo ajudar o próximo lá levei o rapaz até à porta de casa. Assim o deixei à porta do prédio e virei a esquina a pensar " nossa , mais dez minutos e enterro-me na casa, encerrando este dia de merda " até que oiço aquela voz que todo o caminho me disse que eu era de Erasmus e que nunca me tinha visto pela cidade , a praguejar " eu não consigo abrir a poooorta" (Para que consigam imaginar melhor isto, a voz dele bêbada  assemelha-se à voz do Bruno Nogueira num episódio do último a sair ). Respirei fundo e fui-lhe abrir a porta , subindo com ele na esperança que ele conseguisse abrir a de casa. Não conseguiu, e lá tive que ir abrir a porta.
Sempre com os princípios de menina de família e bem comportada , fiquei à porta do apartamento dele . Sempre fui uma boa observadora e em território desconhecido como aquele , tive que pôr em prática essa minha parte astuta. Ele entrou no quarto e meio a desfalecer caminhou até meio do corredor e disse para eu entrar. Recusei durante três segundos , mas novamente como menina que faz o bem queria certificar-me que ele ia acordar na cama e não na banheira. Entrei e fui directa ao quarto, para onde ele me guiava.  Dou dois passos para dentro e heis que ele se manda em estilo de mergulho para a cama. Com roupa, sem desviar os lençóis e calçado. O meu trabalho ali estava feito , time to go home, pensava eu. PENSAVA , digo eu bem. Ia a sair sorrateira e oiço uma voz vinda do meio de uma almofada a dizer " oh fica aqui, não vás embora" . " Não vou onde?Eu quero a minha caminha amigo, my home ya?  " perguntei eu ainda a tentar mandar embora o meu pensamento inocente de praticar o bem. Escusado será dizer que com meia dúzia de palavras ele me convenceu a ficar, até porque era de madrugada e eu realmente estava morta a todos os níveis. Sentei-me no puff dele e puxei uma manta observando-o a morrer com a cabeça enterrada na almofada. Sinceramente não sabia se havia de rir ou chorar. A noite foi estranha, aquilo mais estranho foi . E agora eu estava ali , na casa de alguém que tinha conhecido à uma hora e qualquer coisa e que agora estava numa espécie de ritual de pré-sono-alcoolizado. Fui "acordada" deste pensamento com o olhar curioso dele. Outrora com a cabeça enfiada na almofada, agora ele tinha um olho espreitando por mim. " Vais ficar ai a noite toda?" pergunta pertinente naquele momento, não tava com muitas intenções de estar perto dele , sabia lá se iria acordar sem um rim! Escusado será dizer que a minha faceta de gaja difícil não durou muito e lá me arrisquei a ficar sem um rim.
Como a minha missão de salvar o rapaz teve um extra, resolvi que iria ao menos compensar tal simpatia e descalcei-o . Descalcei-o, obriguei-o a levantar-se para puxar os edredons e depois lá o ajeitei para cabermos os dois. Sabem aquelas coisas irónicas que acontecem na vida? Pois é. Todas as pessoas que conheço nesta cidade têm camas grandes, de casal ou de solteiro, mas sempre espaçosas. Ironia ironia, a cama era minúscula, mas mesmo assim consegui deitar-me sem ter que estar encostada a ele. Quase via o chão com zoom, mas valores são valores e eu queria sair viva daquele quarto.  Vira aqui, vira ali, ainda a pensar no que se tinha passado na noite até o conhecer  e realmente quase que vejo o chão com zoom. Simpatia ou plano, ele lá me puxou para junto dele . Mas valores não dão miminhos nem consolam uma moça que tinha acabado de ver a sua vida social e emocional ser fechada com uma cortina preta. Agarrar para não cair, abraçar-me porque tinha frio. Algumas mãos marotas e pronto, valores um pouco abaixo. Não pensem já coisas! Qualquer moça gosta de dormir quentinha e abraçadinha , mas não precisamos de intimidades tão...intimas como isso que devem pensar. Não que eu tivesse que impedir algo, sejamos sinceros, porque nem o precisei de fazer. Homens com álcool , uma mulher e uma cama nunca dão bom resultado a não ser que a gaja o queira realmente com toda a sua alma. Chamem-lhe cansaço ou incapacidade dos homens, mas nada passou de mãos marotas e alguma roupa fora do sítio por quase-morte-masculina .
 Depois de muito reboliço incentivado por mim para ele não adormecer, ele cai num sono profundo . Só ai reparei realmente naquilo que tinha trazido a casa. " Nada mau miúda" pensei eu, de vez em quando também tenho pensamentos de conquista como alguns homens. Moreno e alto. Nada magricelas, porque mulher que é mulher gosta de agarrar a chicha ( como diria a minha avó) e aquecer-se no Inverno. Sem sentimentalismos , parecia um puto agarrado ao braço da mãe a dormitar. Uma carinha angelical , que nenhum mal do mundo daria vontade de esbofetear. Olhei ao redor e pensei " quarto de engenheiro, não falha". Havia quadros de cidades famosas pela parede e post its com formulas de termodinâmica e física quântica. Havia cadernos e livros de cálculo organizados numa estante e todo o quarto estava bem arrumado. O candeeiro continuava ligado e o meu telemóvel perdido algures nos lençóis.  Portanto, um cenário simpático pensei eu .  Decidi dormitar até ele acordar e ver o que viria a seguir.
Coisas que me irritam? Janelas que em vez de persianas têm portadas que deixam o sol entrar de manhã. Assim acordei eu sobressaltada, com um raio de sol mesmo no meio dos olhos ! Com jeitinho lá o consegui fazer largar-me sem acordar . Esperei que o colega de casa dele saísse , embrulhei-me num casaco dele e fui desbravar mato pela casa fora. Toda a casa estava destruída, cozinha toda imunda e corredor com coisas partidas. Sinceramente não me lembro bem de tar assim quando entrei mas já deveria estar. Entro na casa de banho e saio imediatamente. Fui puxada pelo meu lado feminino e de dona de casa ao deparar-me com uma casa de banho mais desarrumada e suja de vomito mais escandalosa do que as das Semanas Académicas.  Voltei ao quarto, onde realmente me sentia mais segura perante aquela casa estranha. Tentei enfiar-me na cama sem fazer alarido , sem êxito , pois quando me virei para me posicionar como se nada se tivesse passado ele acorda. Quando vejo os olhos abertos dele tão perto de mim , mil e quinhentas merdas me passam pela cabeça. Uma das quais óbvia  : será que ele se lembra de mim?
" Claro que me lembro de ti! Trouxeste-me a casa e depois eu pedi para que ficasses, sabia-se lá se não eras raptada ou algo do género" respondeu ele, já com uma voz de pessoa a sério e não garinizé bêbado. Posso ser muito difícil e teimosa no que toca a flirts, mas uma coisa nunca falha e ele soube-me ler muito bem. Bastou um " foda-se, ontem quando olhei para os teus olhos achei que estava realmente bêbado mas agora que olho vejo que são realmente lindos e hipnotizantes" e foi o que bastou para acabar o que na noite anterior tinha ficado a meio por quase-óbito dele.
Há coisas muito boas, mas eu sou uma pessoa extremamente responsável e ocupada e tinha autocarro para apanhar para ir para casa. Depois de muito tempo e tentativa de adiar o bilhete lá consegui sair das garras dele. Se a minha vontade era aquela ? Claro que não! Por ele eu ficava lá o fim de semana , mas eu como eterna menina do papá só dou prioridade a um Homem na minha vida . Mas mulheres gostam de mimos, mulheres gostam de se sentir amadas ou em ultimo caso sentirem-se seguras. Lá sai com a promessa de voltar lá assim que chegasse de viagem. Sai a correr para apanhar o autocarro. Deixei um anel e perdi as chaves de casa pelo caminho , tal era a pressa. Fui a correr atrás do autocarro e fui a viagem toda a dividir a minha cabeça com   a noite confusa da minha vida e o que se passou naquelas paredes.
 Homens pensam quando não devem e assim o pensam demais. Fui lá mal que cheguei à cidade do crime , mas em duas semanas nunca mais o vi. Em duas semanas , leram bem , porque não ficou por aqui.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Prefácio .

E de repente a pessoa com mais desamores e tranquilidade na vida vira personagem de uma vida quase-amorosa que dava para escrever uma bíblia. Noites com fins não destinados, encontros nas cozinhas e paciência santa de terceiros. O dia-a-dia de uma rapariga que já tinha idade para ter juízo, mas em vez disso parece que tem um coração com espaço para amar metade do mundo. 
Turbilhoso demais para ser aberto ao mundo com nome próprio, bom demais para deixar escondido no baú. 
Assim , a pedido de várias famílias , o My days as a girly stallion nasce . Mais para rir do que para chorar, porque se chorasse sobre os desamores do Mundo a esta hora teria o Rio Tejo aos pés e estaria sentadinha numa canoa a remar. Sem espaço para julgamentos nem tempo para reflexões, esta sou eu na versão garanhona que nunca em 22 anos de vida julguei ter dentro de mim.

                                                                                                                
                                                                                                             With love, Amélie