sábado, 9 de agosto de 2014

A saga do Bunny parte III

Se há coisa que sempre fui , foi teimosa. Admiro quem me atura, porque sei bem que o meu nível de  teimosia é over 9000 . O que sucedeu ao post anterior passou-se no dia a seguir,por isso segurem-se e situem-se no tempo fachabor !
Escusado será dizer que passei o dia a seguir a rogar pragas ao Bunny . A única coisa que tinha 100% de memória era dele a julgar-me .  Nem sabia mesmo quem era o amigo dele , só tinha a certeza que era mais baixo que eu  ( no not judge me please) . Além disso, quem era ele para me julgar? Manda-me dar uma volta mas depois vem com julgamentos por ter escorregado acidentalmente no rapaz? Mas nada que me abatesse , então . Noite , lá andava eu novamente ! Aqui a amiga é festeira e não dispensa também uma boa banda portuguesa por isso lá peguei nas sapatilhas e bora lá para a Semana Académica amigos!
A certa altura, estando eu a fazer papel de madrinha exemplar , a tomar conta do meu afilhado-guardião que já andava a ver linhas tortas, heis que aparece um rapaz um pouco mais baixo que eu , de camisa aos quadrados e por lá a rabiar com um gorro russo ( daqueles todos peludos e engraçados) a dançar . Eu rio-me e mando um sussuro ao meu afilhado do tipo " olha-me aquele , haha ainda dizes tu que tás bêbado" ao que ele me responde " Foi o rapaz de ontem madrinha, ontem não te queixaste" . PAROU TUDO! ALTO E PÁRA O BAILE! A pólvora foi descoberta e lá estava o suposto melhor amigo do meu caro amigo morenito, deixa-me dar de frosques, não vá ele lembrar-se de quem eu sou! Mas dizem que as amigas saem sempre juntas, até para ir à casa de banho e então lá estava ele. Ele, a sensualidade ambulante, o Bunny, El morenito , aparece em cena. Sussuro como quem não quer a coisa com o meu afilhado " olha, é aquele é aquele !" e ele abana a cabeça em sinal de " és sempre a mesma tu!" .
Eu , tentando comportar-me para não por aquela cara de " não te quero ver nem barrado com Nutella " , encostada ao balcão a fazer de conta que curtia o som dupstep'oso . O cenário perfeito para a fuga da princesa, não fosse ele vir ter comigo. O afilhado dá um passo para trás , tentando salvar-se do bombardeamento. Eu  não tenho espaço de manobra , estou encostada continuando com a minha pose de " i don't give a fuck" mas por dentro toda contraida. " Nossa nossa nossa!" pensava eu , olhando para o meu afilhado com o maior ar de S.O.S. do mundo.
" Olá." Aquela voz. Aquela voz que eu não temia fez aquilo que eu temia ainda mais , fez-me estremecer. Raiva, surpresa... nem sei bem o que foi aquilo, mas mantive firme e só olhei para ele com o ar mais calmo do mundo . Heis que me dá um beijo na bochecha, na esperança que eu fale. Não falo e ele repete o beijo. E mais um e mais um e pareciamos duas crianças ali, ele a dar-me beijos na cara e eu a fazer birra . " Vou continuar até me falares"  dizia ele , com aquele ar que me enerva de tão fofo ser!
É claro que eu acabei por falar e ele disse que não tava chateado pelo que se passou no dia anterior . " Desculpaaaa? " , foi ai que a porca torceu o rabiosque. É claro que lhe disse umas poucas! Em como ele me me mandou dar uma volta e não voltou a falar , em como ele não quis saber daquilo que eu queria e só se consolou com eu ter satisfeito a vontade dele e não ter mais dado sinais de vida .Sendo assim ele não me tinha que julgar seja pelo que fosse. Expliquei claro, que tava mais para lá do que para cá e nem sabia quem era o rapaz da noite anterior e que nem noção tinha que ele era amigo dele. Durante a nossa conversa lá dentro, eu ouvi umas quatro ou cinco vezes a frase " tu comeste o meu melhor amigo! " , com o mesmo tom da outra vez  ( aquele à Bruno Nogueira) . Continuando numa conversa de treta , ele pára . Pára , fixa-me e puxa-me para fora. " ow shit" só pensava eu.
Decidida a fazer de raposa manhosa naquela noite, deixei que ele me guiasse para fora sem uma única palavra ou atitude de desagrado. Enquanto enfardava um kebab continuava com julgamentos . " Não te quero ver" , " ainda é muito cedo para falarmos" e " tu comeste o meu melhor amigo à minha frente" . Eu perguntei ou disse alguma coisa? Népias, deixei que ele desenrolasse . Dizem que os bêbados dizem sempre a verdade e eu sou como S.Tomé e só acredito vendo. Então porque não tentar sacar nabos do púcaro?
" Mas podes-me dizer no final de contas o que queres de mim? Mandaste-me dar uma volta mas depois queixaste porque me enrolei com o teu melhor amigo . Foram uns beijos, nada mais e na tua boca é como se tivessemos feito um filho. E agora puxas-me para aqui e começas a falar como se tivessemos a acabar uma relação. Nossa, desembucha logo e resolvemos a situação!" A resposta dele não era algo que eu não esperasse, o que eu não esperava era o discurso que veio a seguir.
"O que eu quero? Bem, eu não te quero mais ver à minha frente na minha vida . É isso que quero." Embora já esperasse, gelei. Ninguém gosta de ser assim posto de parte quando não fez nada de mal. Fiz aquele olhar , trinquei o lábio para resistir às lágrimas. Não por ter qualquer sentimento por ele, mas por estar a ser posta como um lixo num canto. Mas afinal fui eu que pedi sinceridade né? Ele fitou-me e disse " Não olhes para mim assim , como se eu tivesse a ser um cabrão por favor." Continuei a olhar para ele, sem me mexer.
Dizem que o olhar é o espelho da alma, pois bem, dizem também que o meu olhar é forte e consegue destruir qualquer coração duro. " Tás a ver porque não te quero à minha frente? O teu olhar prende-me . Tens os olhos mais hipnotizantes que já vi. A tua personalidade ficou-me cravada no peito e neste momento eu não quero isso, de todo. " Gelei ainda mais. Nada fazia sentido agora, não me quer mas ao mesmo tempo ele quer. Homens são confusos e eu mais confusa sou e fico. Ele quer ir embora mas ao¨mesmo tempo não quer,  caminha para a frente mas olhava para trás de vez em quando. Segui-o , sem saber bem o que fazer ou pensar. Quando dei por mim estava perdida no meio das pessoas, na rua. Não o via, nem a ele nem ao amigo. De repente alguém me estende a mão no ar e me chama. Era o amigo dele , o mesmo que me abordou pelo caminho da outra vez. Vou ou não vou? Fuck it, fiz-me a caminho. Quem não arrisca não petisca .
Amigos bêbado que se metem à confiança com o vosso naco de carne, quem não tem? Depois de passar para o outro lado da estrada deparo-me com o Bunny todo colado na parede e o amigo dele sentado com cara de " eheh eu sei quem tu és!" . O rapaz mete conversa. As mesmas perguntas da outra vez e os mesmos argumentos. Sinceramente eu podia fazer uma biografia do amigo do Bunny, só com a informação que ele já me deu duas vezes! Engraçado como poderia fazer isso com ele mas do Bunny não sei quase nada. Dois dedos de conversa e ele sempre à espreita, não fosse eu comer mais um amigo dele né? *UNF UNF*
Volta e meia e não sei o que me deu na cabeça , dou-lhes boleia para casa. Moramos relativamente perto uns dos outros e eu sempre simpática e prestável . Ele entra no carro, desconfiado. Fiz-lhe aquele olhar do " entra e não chies, assim que me vir livre de ti faço uma festa" , penso que foi mais ao menos isto. Chegamos às escadas que dão para a casa deles e eu parei. Silencio absoluto, ninguém sai. Ele deitado no banco a falecer, o amigo no banco da frente a palrar . "Por favor Célia deixa-me em casa , imploro-te " o verbo implorar é o preferido de uma gaja normalmente , logo lá o levei. Paramos em frente à casa dele  . Sairam e foram embora? Nãããão, assim não tinha piada a história! Durante uma hora e até o sol nascer completamente , ninguém saiu do carro. Ele deitado no meu banco de trás, talvez a ressacar e tentar não falecer, o amigo tentava sacar-me informações  aleatórias como "se eu era boa na cama" e " se sacavas o meu amigo e o seu dito melhor amigo na mesma noite" . De vez em quando o Bunny lá ganhava força e reclamava comigo , mas não era efectivo o ataque, because it's my car and you have no power here.
Começou aqui a verdadeira parte da história que vocês todos esperavam...mas que terão que esperar pelo próximo episódio para saber.
MUAHAHAHA *penso eu ao imaginar a vossa cara ao perceberem que ainda vão ter que esperar mais*

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